domingo, 15 de maio de 2011

Teatros...

Estava escuro. Janela fechada, vozes caladas, eu ouvia sua respiração assim como as batidas do seu coração, e a minha alma dançava, seguia a melodia perfeitamente.. como nunca antes. Eu temia que você pudesse ouvi-la.
 Conforme as placas da estrada passavam, nos surgia um assunto, a timidez era tão absurda que para disfarçar minhas pernas trêmulas, eu justifiquei dizendo com os lábios trêmulos também, que era apenas o frio. Boa explicação, pensei. E logo em seguida ao ver-lhe oferecendo-me um lugar entre seus braços preferi ter-me ficado quieta... tarde demais. Disse-me estendendo seu braço, que meu frio passaria.
Não pude dizer não. Convenhamos coração, eu não quis dizer não.
Fui me aconchegando, ainda trêmula, e respirei o perfume da sua roupa, que ia-me dopando, minha sensibilidade estava a flor da pele, e começou a exalar quando senti sua mão na minha.
Pude perceber que a batida do seu coração havia aumentado a freqüência e até posso dizer-lhe que estava totalmente fora do compasso...
Estávamos aos poucos ficando bobos, ele brincava comigo, e eu pelo menos por aquele instante não queria jogar sério com ele.
Subitamente o assunto acabou, procuramos achar algo para impedir que o silêncio falasse, pois sabíamos que ele revelaria nossos desejos em menos de minutos, os quais nunca fomos capazes de admitir, mas foi em vão.  Ele como se estivesse procurando algo em mim, olhava-me fixamente, e eu ao mesmo tempo tentava descobrir seu segredo, e ambas tentativas também foram em vão. Nada passou em nossas mentes, nada nos fez desviar nossos rostos. Ele queria isso, e eu também!
A razão foi se esvaindo e conforme ela se ia, mais perto ficávamos. Eu não pude ser forte, e eu não me arrependo... antes mesmo dos lábios se tocarem, nossos olhos já estavam se beijando. (...)
Fiquei paralisada, tentando entender o que havia acontecido... um beijo? Não, com certeza não foi só um beijo, porque nunca havia sentido algo tão forte, tão louco, tão ardente até pensei que pudesse ser amor. Eu não queria que isso acabasse, por isso naquela noite brincamos de teatro, repetíamos aquela cena dezenas de vezes, e a cada uma modificávamos alguma coisa, apenas uma parte não havia como mudar: O final da cena!
- Essa que ainda hoje, me faz amar teatros...

sábado, 14 de maio de 2011

A gente cansa...

Vem cá, senta aqui do meu lado, tira essa máscara fria, não se esconda em risos falsos eu já não acredito neles... eu conheço você. Eu sei que não está bem, que sente-se triste, que esta ferido por dentro e que está doendo muito esse machucado, e eu também sei que vai demorar para cicatrizar, por isso eu peço que me conte, conte seu medo, o que te faz chorar feito uma criança a procura de um doce, conta quem é esse doce, quem te faz chorar, e eu na mais pura calma, prometo enxugar tuas lágrimas, e te segurar quando não tiver forças, prometo te ouvir e mesmo você não querendo eu vou te beliscar, te xingar, te bater de leve, te chamar de bobo, e em seguida sem esforço nenhum arrancar de você o mais lindo sorriso, aquele mesmo que um dia eu me apaixonei.
E eu estarei ali, firme, ao seu lado, e eu não vou deixar que o meu coração influencie sua vida, mesmo que ele só bata por você. Eu serei forte, porque eu sei que nesse momento quem precisa ser forte é você, e a minha razão estará mais lúcida para falar-lhe verdades, porque eu sei que o meu coração não será capaz, ele estará em pedaços vendo a pessoa que ama sofrer. O meu rosto suportará a vontade de chorar, e as minhas lágrimas serão fortes nesse dia, elas irão se acumular... a cada suspiro seu.  E quando a sua dor passar, quando você sorrir sem esforço, quando você me abraçar e quando partir dizendo que irá conversar com o seu doce. Aquele pelo qual você estava há poucos minutos, chorando... Aí sim, quando você estiver bem longe, minhas lágrimas começaram a jorar, me invadirão, eu estarei sozinha e você não estará por perto então  poderei expressar toda a minha dor que estava calada, que estava escondida entre as palavras firmes que eu lhe ia dizendo, porque eu sabia que naquela hora se as minhas lágrimas quisessem falar eu não suportaria olhar nos seus olhos e ver o espanto do seu coração expressando-se na sua face. Assim eu sei que quando você se ir, nada irá me  deixar a não ser o seu perfume e lindas palavras de um amor, um amor de amizade, enfim eu poderei chorar e chorar, e depois se minhas olheras mostrarem o que se passara comigo e você porventura me encontrar e rapidamente perguntar qual a razão do meu choro, eu apenas irei sorrir ...
e mentir:  Sabe aquela dor  do lado esquerdo, a mesma da semana passada?
Ele logo pensará, na minha dor de cabeça, a qual eu comento o lado, só não especifico  o lugar.
E eu direi: Pois é, ela voltou...
Mas eu sei, que um dia eu terei coragem e falarei: Sabe aquela dor da semana passada, e da outra  e da outra? Pois é, ela cansou de esperar sua atenção e... foi embora.
 

domingo, 20 de março de 2011

...

 Ontem eu sonhei com você e pela primeira vez ao acordar não me derreti em lágrimas. Por mais que quisesse algo superior a vontade de chorar me deu forças para apenas re-lembrar as palavras, os toques, e  os olhares daquela cena. Me senti tão forte.
Não nego que senti saudades ao revê-lo em meu sonho, que senti nos meus braços algo ardente me impulsionando a pegar na sua mão e falar tudo o que sempre ficou preso na garganta e que com o tempo acabou se aquietando e ficando cada vez mais esquecido ao longo das noites perdidas em vão.
Quis-me calar ao acordar, fechar os olhos e tentar descobrir qual seria o fim daquele sonho ou mesmo o fim de nós dois, quando ao juntar todas as partes lembrei-me da tua e da minha última ação, por um momento quis me debruçar no travesseiro esquecer de tudo, e chorar. Mas me contive. - Levemente me vi respirando seu ar, e você o meu.  Entre nossos soluços pude perceber que me dissera um adeus querendo dizer-me “ Eu quero você”. Entregou-me um papel com todos seus telefones, inclusive seu endereço, conclui à mim mesma que você estava indo embora, e que esperava por minha procura, e talvez até pelo meu amor. -
Enfim, se era ou se é isso mesmo que você espera de mim, esqueça. Quando eu quis que você me procurasse, você desapareceu mesmo sabendo onde me encontrar... Foi difícil me recuperar de tudo e me “acostumar” com a sua ausência, que cá entre nós, me doía muito a cada diz que passava. Hoje porém, não faz-me falta                          acredite...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Dúvidas... sempre elas.

        Eu não sei se é você quem eu quero, na verdade eu quero te querer, mas eu não consigo. Algo maior que mim própria me invade, me impõem dúvidas, dúvidas cruéis, desafiadoras, e particularmente estúpidas.  Crescem dia após dia, ou conforme o medo cresce. E esse medo será do que? Medo de amar? Talvez. Ou seria medo de sofrer? No meu caso, seria medo de fazer-te sofrer e conseqüentemente fazer-me sofrer. Seria grosseria da minha parte fazer um coração tão puro quanto o seu sofrer pelas escolhas do meu. Sinto medo de envolver-me profundamente, na real sinto medo de apaixonar-me profundamente pelo cara ideal. O que fazer comigo? O meu sonho de menina, está começando a realizar-se o príncipe apareceu, e o encanto? Será que ainda se esconde em um velho baú no fundo de um mar? Ou o príncipe trouxe o encanto consigo, porém ainda falta algo a fazer e da minha parte, o que faz-me ficar sem ação.  E então tudo o que eu mais queria era ter essa ‘ação”, que ela viesse do nada, que fosse avassaladora, que abrisse meus olhos, que me fizesse ver o que eu já vejo em VOCÊ, porém ainda me falta coragem para descrever o que vejo. Ou seria sentir o que eu quero?


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Doce ilusão.

         A delicadeza perfeita, o toque sensível, os olhos compreensíveis, os traços da sua boca, as curvas do seu rosto, o perfeito desenho das suas sobrancelhas. Minha doce ilusão.
Sua mão se entendendo em minha direção, como um alívio, tirando de mim dores, soluços, medos, me dando seu amor, sua paixão.
        Seus cílios ao se juntarem me fazem parar para observar o ritmo que seguem.
        Sua voz inunda minha mente, me perco quando você fala... Não presto atenção na sua razão, a melodia da sua voz faz com que eu me perca, fazendo que minha mente dance enquanto te escuto.
        Me perco na minha doce ilusão.
        Ao me deitar apenas imagino pedaços de fatos reais com outros fictícios. Ao me acordar o meu sono já se encarregou de juntar as duas partes, então por fim, posso sorrir o dia inteiro, relembrando os momentos mais felizes do meu sonho. Mesmo que seja ele metade real metade ficção.
       Ah, essa minha doce ilusão.
           Não vá embora, fique aqui, me faça feliz por mais uns dias enfim.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

        Enfim, um ano passou ....Lembro ainda do primeiro dia que te vi, sabe com o passar dos dias fui sentindo um apego tão grande, um sentimento de querer sempre estar perto, de te proteger e de me sentir protegida. Por mais que eu explique tudo, ninguém jamais compreendera o que eu sinto, essa perda, esse vazio tão grande dentro de  mim, falta algo, mas o que? Você não poder ter se ido de mim, porque nunca foi meu,  não há como eu tentar descrever a minha angústia aqui de nunca mais te ver. Eu amo  você e isso é tudo. E eu sei que não adianta eu dizer que eu amo você, porque isso não irá mudar nada no nosso destino. Caminhos cruzados, com destinos diferentes, uma mera passagem será? NÃO. Não pode ser uma mera passagem, eu quero que você fique pra sempre perto de mim, que continue fazendo parte dos meus sonhos mesmo que a distância seja tão ruim e a saudade pior ainda.
         Eu juro que não sei onde e nem em quem vou encontrar forças para superar isso, para deixar sua imagem sair de mim, para esquecer todas as nossas falas juntos, os olhares trocados mesmo que sem interesse algum, aquele brilho de leve que se fazia tão intenso quando nos olhávamos, o sorriso da sua boca ao me dizer oi, e a aceleração do meu coração quando me aproximava de você, e agora posso te confessar, que em grande parte dessas aproximações era por puro propósito, e nem culpo a minha insistência em querer estar perto de você, porque era tão bom, era a minha maior alegria, era o que me fazia sorrir por inúmeros dias. E talvez ainda faça.
Apesar de você não ter culpa de eu te amar, eu não acredito que APENAS eu senti tudo isso. É incrédulo! Bem no fundo sei que você sentia o mesmo... mas eu sei que você JAMAIS poderá confessar isso.... Se o destino foi mal com nós , não sei, mas bem que ele poderia mudar seus traços e te trazer pra mim.... Eu não sei o que farei sem te ver. Eu estou preocupada, estou triste, fiquei perdida desde quando pensei que poderia te perder. E isso é o que me faz tão mal, será mesmo que você irá me esquecer, mesmo sabendo que você não pode me querer! ? Espero que a resposta seja não. Enquanto isso, vivo eu com minhas lembranças, boas ou ruins, é a unica coisa que tenho de você, e eu não quero perder mais isso.


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010